Transição de carreira na empresa: como o RH pode auxiliar?
A transição de carreira é uma decisão importante na vida de alguém que deseja ressignificar sua trajetória profissional. Seja qual for o motivo para a mudança, é um processo que exige análise, orientação e planejamento.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia (EBAC), 62% dos brasileiros gostaria de mudar de área de atuação. Um número que aumentou nos últimos anos e que gera impacto significativo nas estratégias de employee experience, a jornada do colaborador.
O que a empresa pode fazer para não perder os bons profissionais que estão repensando a carreira? Neste post, falamos sobre a transição de carreira dentro da própria empresa e como o RH pode auxiliar nesse processo para manter bons colaboradores na organização. Acompanhe.
O que é a transição de carreira interna?
O autoconhecimento é um dos impulsionadores do desejo de mudanças, tanto na vida pessoal quanto profissional. É completamente normal que, em dado momento, as pessoas se questionem se fazem o que fazem com propósito, e se suas funções promovem satisfação com o trabalho.
Esse sentimento pode afetar, inclusive, quem já está há muito tempo na mesma empresa. Os questionamentos surgem, mas nem sempre com a intenção de buscar alternativas no mercado e sim, se redescobrir em outras áreas.
A transição de carreira interna é um movimento realizado com os colaboradores dentro da própria empresa com o intuito de realocar e garantir a permanência dos talentos em posições que façam mais sentido para os objetivos pessoais, profissionais e empresarias dos envolvidos.
Uma abordagem válida para profissionais de todas as áreas e hierarquias, desde que apresentem as qualificações e capacitações demandadas no cargo e função que almejam. Caso contrário, um bom PDI (Plano de Desenvolvimento Individual) pode preparar o colaborador para essa mudança.
Por que a pauta que deve ser observada com atenção pelo RH?
Quando os colaboradores estão insatisfeitos, ficam desmotivados e improdutivos, o que compromete os resultados da empresa. Existem diversos motivos para esse descontentamento e um deles é a frustração com o cargo, função ou atividade que exercem na empresa.
Nem sempre um profissional escolhe o que fazer no início da carreira, executando atividades desalinhadas com seus objetivos profissionais. Seja por vocação ou vontade de explorar o novo, a mudança é crucial para restabelecer a confiança em si e fortalecer os laços com a empresa.
A premissa básica da gestão de pessoas é atrair e reter os melhores talentos, contratando as pessoas certas para os cargos certos. No entanto, estamos em constante evolução, e o colaborador que antes parecia o perfil ideal e se mostrava feliz com o trabalho pode apresentar sinais de mudança.
O papel do RH é analisar a jornada do colaborador para identificar a queda de produtividade e compreender o que está por trás da perda de boas entregas. Como responsável pelo bem-estar dos colaboradores e alinhamento com a cultura organizacional, é fundamental observar atentamente o que os profissionais estão se sentindo.
Pesquisas de clima podem ajudar a identificar o momento de uma transição de carreira?
A pesquisa de clima organizacional é uma ferramenta eficaz para mensurar o grau de satisfação dos colaboradores com a empresa e suas próprias carreiras. Esse instrumento mapeia a experiência de cada colaborador, seu engajamento e motivação para continuar sua trajetória.
Embora os resultados possam ser mais subjetivos, com a expertise do RH, é possível perceber se existem impasses relacionados à carreira. Com a abertura para uma escuta ativa e individual, o colaborador deve ser encorajado a expor suas dificuldades, dúvidas e desejo de mudança.
Quais os benefícios desse movimento para o colaborador e a empresa?
Os ganhos de apoiar e auxiliar a transição de carreira dentro da empresa vão desde a satisfação dos colaboradores até a redução de custos com processos de recrutamento e seleção, considerando as chances reais de retenção de talentos.
Em uma abordagem semelhante ao job rotation, o RH pode planejar as transições considerando as necessidades das áreas em equilíbrio com as habilidades e competências dos colaboradores que desejam promover mudanças na carreira.
O que o RH pode fazer para auxiliar na transição de carreira dentro da empresa?
Crie uma cultura de transparência
O primeiro passo é estabelecer uma cultura organizacional que proporcione um ambiente seguro, de transparência e abertura para que os colaboradores falem sobre o desejo de transição. É essencial que não existam reservas ou medo de expor essa vontade, além dos motivos que levaram a essa conclusão.
É preciso acolher um colaborador nesse momento. Se a empresa não deseja perder o talento, deve compreender e apoiar sua necessidade de mudança.
Com uma boa comunicação e entendimento de ambas as partes, é mais fácil criar um plano de carreira estruturado. Sob a orientação do RH, o colaborador pode identificar as oportunidades, os desafios e exigências desse novo momento profissional.
Atue em conjunto com as lideranças
O desejo de um profissional em mudar de carreira pode esbarrar na falta de habilidades técnicas ou comportamentais importantes para a posição almejada. No caso da transição de carreira interna, os líderes da área atual e área pretendida podem ajudar o RH a entender se o colaborador está pronto ou precisa desenvolver certas habilidades para no novo desafio.
Vale reforçar a importância de ter lideranças com mentalidade aberta, que entendam o quanto a empresa pode ganhar ao ponderar a vontade do colaborador. Líderes inteligentes e visionários pensam no crescimento da empresa como um todo, e não apenas das suas áreas.
Auxilie na construção de um plano de carreira sólido e coeso
Ao planejar a transição interna, o plano de carreira deve considerar elementos da jornada anterior que possam ser um complemento para esse novo caminho. Os programas de mentoria são excelentes para nortear a visualização do que pode ser útil no próximo cargo ou função.
Construir um plano sólido ajuda a evitar arrependimentos ou dificuldades de adaptação devido à falta de qualificações. Ainda, ele auxilia a identificar colaboradores que, apesar de não terem solicitado, possuem potencial para se desenvolver em outras áreas.
Invista no bem-estar dos colaboradores
A insatisfação com a posição atual pode ter origens diversas, e a mudança na rotina pode elevar os níveis de estresse. Por isso, investir no bem-estar dos colaboradores é fundamental, garantindo que ele tenha sucesso na nova jornada dentro da empresa.
Nesse momento, a cultura organizacional faz a diferença. Auxilie os líderes e demais membros da equipe a construir uma rotina para sanar possíveis dúvidas, avaliar o desempenho das atividades realizadas, coletar feedbacks e integrar o novo membro do time.
Gostou do post? Então aproveite para conferir os indicadores da gestão de pessoas usados para analisar e mensurar dados importantes para as decisões do RH!