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Como construir uma cultura organizacional livre de assédio?

Um ambiente de trabalho saudável e empático deveria ser realidade para todos os trabalhadores. Mas nem sempre o respeito e a segurança são colocados em prática nas empresas, afetando a saúde mental e física dos profissionais. Há, ainda, cenários mais graves, envolvendo assédio moral ou sexual, praticados, geralmente, por um superior hierárquico na organização.

Para ter uma ideia da gravidade da situação, a cada um segundo, uma mulher é vítima de assédio sexual no país. Pensando em auxiliar as empresas a melhorar o ambiente de trabalho, proporcionando mais segurança e bem-estar aos colaboradores, a Trillio — startup do ecossistema FESA — oferece um programa de aprendizagem online sobre assédio sexual no ambiente corporativo.

O treinamento passou por uma atualização a partir da promulgação da Lei 14.457/22, que estabelece medidas para as empresas adotarem ações de combate ao assédio sexual, bem como outras formas de violência, que incluem o assédio moral e atos discriminatórios. Assim, as instituições podem treinar seus funcionários de forma mais eficiente.

Para ampliar o debate e dar orientações sobre o tema, a FESA e a Trillio promoveram uma live sobre o assunto. A conversa contou com a participação de Jaime Almeida, vice-presidente e sócio responsável por diversidade e inclusão da FESA Group; Nathalie Malveiro, procuradora de Justiça Criminal do Ministério Público de São Paulo (MPSP), coordenadora do subcomitê de gênero e diversidade do MPSP e colunista do “Papo de mãe”, site parceiro do UOL; Cassiana Machado, psicóloga, diretora de Inovação e Recursos Humanos da Ubyfol, consultora, palestrante e professora em desenvolvimento organizacional e inovação; Ana Addobbati, conteudista da Trillio, e Renata Schiavone, cofundadora da Trillio.

O que a legislação brasileira diz sobre o assédio nas empresas?

Durante a transmissão ao vivo, Nathalie Malveiro comentou que enxerga um avanço na legislação de proteção às mulheres. “O primeiro ponto de inflexão foi a Constituição Federal, em 1988, que efetivamente igualou homens e mulheres em direitos. Depois, tivemos um enorme avanço com a Lei Maria da Penha, que deu importância à violência de gênero”, avaliou, completando que a Lei do Assédio Sexual trouxe ainda mais progresso.

A procuradora reforçou que o assédio viola a dignidade humana e consiste em constranger um colega de trabalho com a finalidade de obter uma vantagem de natureza sexual. Ela explicou os critérios da lei brasileira: “O crime de assédio sexual depende de uma posição de hierarquia, como chefe ou professor, por exemplo”, esclareceu. “No ambiente de trabalho, também pode existir a importunação sexual, que é o toque, a ‘encoxada’ e o olhar que invade a privacidade e a dignidade da mulher. Esse crime é mais grave do que o assédio, com penalidade mais alta”, pontuou Malveiro.

O papel do RH para uma cultura organizacional livre de assédio

O setor de Recursos Humanos apresenta papel fundamental contra o assédio sexual dentro das organizações. O assunto não pode ser tratado como um tabu. É necessário ter um ambiente seguro, garantindo amparo à vítima. Na avaliação de Cassiana Machado, existem três pilares que podem ser adotados pelas empresas. O primeiro é a cultura organizacional. “O papel do RH é liderar e construir uma cultura com segurança psicológica para que denúncias e diálogos possam acontecer nas empresas”, ponderou a especialista durante a live.

“Os processos e as políticas são o segundo pilar. É fundamental ter um canal de denúncia apropriado, onde as denúncias sejam tratadas de forma correta, e as pessoas confiem. Os treinamentos também são importantes. Afinal, se não houver segurança, conhecimento e orientação, de nada adianta. Treinar sobre assédio, vieses inconscientes e diversidade ajuda o time a entender o contexto e saber o que fazer”, analisou Cassiana.

A liderança, considerada como terceiro pilar, possui extrema relevância na luta contra o assédio. Cassiana ressaltou que o líder é o grande exemplo da organização, determinando as regras e os comportamentos. “Portanto, quando o líder acolhe qualquer tipo de denúncia e trata com respeito, passa esse exemplo para frente e pode provocar uma mudança”, explicou.

Para Jaime Almeida, o assédio é uma das formas mais perversas de opressão dentro e fora do mundo corporativo, impactando os grupos minorizados. “O contraponto seria o respeito. Quando temos a construção de ambientes com respeito, temos uma equidade de tratamento para todas as pessoas, independente de gênero, orientação sexual, etnia e geração”, refletiu o executivo, chamando atenção, também, para a importância de ter mulheres na liderança das equipes e, consequentemente, trazendo mais espaço de justiça e respeito para todos.

Confira o conteúdo da live na íntegra

Você pode conferir o conteúdo desta roda de conversa na íntegra! Para acessá-lo, basta visitar nossa página do YouTube!

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