Mulheres na Engenharia: espaço de luta e ascensão
Dia 23 de junho é celebrado o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, criado pela Women’s Engineering Society (WES), no Reino Unido, em 2014. Além de comemorar a potência e as conquistas femininas no setor, a data tem como objetivo fortalecer a presença das mulheres na engenharia.
Segundo uma pesquisa do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) de 2022, o percentual de mulheres registradas como engenheiras no Brasil corresponde a 19,3% do total de engenheiros (199.786 de um total de 1.035.103 registros no país) — um crescimento de 1,3% no comparativo com 2018, quando esse percentual era de 18%. Apesar de ainda ser um mercado predominantemente preenchido pelo público masculino, as mulheres vêm alcançando o seu espaço.
Oportunidades e desafios do mercado de trabalho para as mulheres na engenharia
“É notório o crescimento tanto em profissionais formadas como em oportunidades no mercado de trabalho. Embora ainda sejam minoria no setor, as mulheres têm ocupado cada vez mais posições de liderança”, afirma Fabiana Azevêdo, diretora associada e sócia da Regional Nordeste da FESA Group.
Luisa Blandy, engenheira eletricista, vice-presidente e sócia da FESA Group, faz coro: “Sem dúvida há um ganho de espaço das mulheres na engenharia, mesmo nas áreas mais técnicas, mas parece ser um avanço a passos lentos nos últimos anos”, pondera. Na avaliação dela, a força do tema diversidade atualmente é um facilitador importante para que as mulheres sejam bem recebidas. “Algumas companhias já possuem programas de capacitação e contratação de engenheiras, especificamente”, comenta Luisa.
E não para por aí… O progresso da representatividade das mulheres na engenharia ainda deve ser acelerado. A especialista observa que as áreas de infraestrutura, gás natural e energia limpa estão crescendo e, muitas vezes, têm preferência por buscar pessoas com formação em engenharia. “Aliado a isso, muitas companhias têm promovido ações para aumentar o número de engenheiras”, observa Luisa.
Apesar dos avanços, as mulheres ainda enfrentam o preconceito e algumas barreiras para a ascensão no setor de engenharia. No dia a dia de trabalho, por vezes, precisam mostrar que possuem total capacidade de exercer com excelência a profissão.
“Em muitos momentos, precisam enfrentar o descrédito de algumas pessoas e reforçar que um bom engenheiro (a) é definido pelas habilidades de analisar e desenvolver soluções”, completa Fabiana. Além disso, em algumas especialidades, elas precisam enfrentar o sentimento de solidão, de não pertencimento.
Como se destacar na engenharia?
Para driblar os obstáculos, alcançando posições de destaque, é necessário se manter firme no propósito. Além disso, segundo a engenheira Luisa Blandy, a autoestima representa uma peça-chave nesse processo de desenvolvimento profissional. Também é válido considerar a busca por autoconhecimento e ter coragem para assumir novos desafios.
“O frio na barriga existe e deve sempre existir. Mas ele não deve frear as engenheiras, apenas torná-las mais atentas para se dedicarem ao máximo e entregarem o melhor que podem”, aconselha Luisa.
Para Fabiana Azevêdo, as mulheres em geral são muito responsáveis, organizadas e resilientes, portanto, devem continuar usando esses atributos e apostando em suas carreiras, sem desistir. “Outra dica importante, válida para todas as áreas, é continuar se atualizando, confiar nas suas qualidades e na sua capacidade de inovar”, recomenda.
Projeto Mulheres na Engenharia
No final de 2019 e ao longo de 2020, a FESA Group apoiou a mineradora Vale na contratação de mais de 100 mulheres de diversas áreas, resultando na elaboração e condução do Projeto Mulheres Engenheiras. O programa ocorreu no fim do 1º semestre de 2020 para algumas gerências de projetos.
“O objetivo era aumentar a diversidade de gênero, com foco na contratação de mulheres. Tínhamos a missão de auxiliar na contratação de profissionais para o cargo de engenheira plena e ter a oportunidade de formar líderes mulheres no médio e longo prazo”, explica Fabiana Azevêdo, que acompanhou o projeto ao lado de Thayanie Ujino, sócia-gerente da FESA Group, com participação do time de pesquisa da regional Centro-Oeste/Nordeste.
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