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PCDs no mercado de trabalho: veja como ser uma empresa inclusiva

A mão de obra qualificada é fundamental para o progresso empresarial e fomento da economia em todo o mundo. No entanto, quando analisamos a presença de recortes populacionais nas empresas, o debate ganha novos contornos. Um exemplo sólido é a presença de PCDs no mercado de trabalho.

Será que a realidade dessa população é de oportunidades igualitárias, fazendo jus às habilidades e competências profissionais? Essa é uma questão que merece reflexão considerando, sobretudo, o direito ao emprego previsto em lei e as boas práticas de diversidade e inclusão nas empresas

Neste post trazemos um panorama sobre o mercado de trabalho para a população PCD. Continue lendo e veja o que diz a legislação, além de dicas práticas para tornar sua empresa mais inclusiva!

Qual a realidade das PCDs no mercado de trabalho?

Como parte dos grupos sub-representados, as pessoas com deficiência estão em posição desfavorável no mercado de trabalho. Seja na ocupação de cargos ou até mesmo de espaços físicos, o cenário está longe da representatividade real. 

É o que dizem os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2022 (PNAD Contínua), ao mostrar a realidade do mercado de trabalho brasileiro no mesmo ano. A pesquisa, divulgada em julho de 2023 pelo IBGE e Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, apresenta o seguinte relato: 

Em 2022, o total de pessoas com deficiência em idade economicamente ativa era de 17,5 milhões: equivalendo a, aproximadamente, 10% do total da população com 14 anos ou mais. Do total, 10,3 milhões eram mulheres e 7,2 milhões, homens. 

Neste universo, há 5,1 milhões de pessoas com deficiência economicamente ativas de fato — sendo 2,5 milhões de homens e 2,6 milhões de mulheres. Pouco mais de 12 milhões de pessoas com deficiência estavam fora do mercado de trabalho no Brasil (4,6 milhões, homens; 7,7 milhões, mulheres).

O que diz a lei sobre a inclusão de PCDs no mercado de trabalho?

A busca pela inclusão é uma batalha de longa data em um processo lento de conscientização pessoal e institucional. A Lei de Cotas, instituída sob o número 8.213/91, determina que as empresas com 100 a 200 trabalhadores precisam ter 2% do seu quadro funcional formado por pessoas com deficiência.

Entre 201 e 500, o percentual sobe para 3%, enquanto de 501 a 1000 a empresa deve empregar 4% de PCDs. Acima de 1000 funcionários é obrigatório reservar 5% das posições para a contratação de pessoas com deficiência. 

Apesar do vigor desde 1991, a fiscalização foi implementada somente em 2008 para verificar o cumprimento, garantir a contratação e os direitos legais das pessoas com deficiência. 

Por mais que a lei viabilize mais oportunidades de trabalho e impulsione as contratações de PCDs, ainda existem grandes obstáculos. A desigualdade salarial e o preconceito são barreiras que essa população enfrenta para ocupar espaço e ter o devido valor no mercado de trabalho.

Como as empresas podem agir ativamente para incluir profissionais PCD em seu quadro de colaboradores?

Para serem consideradas efetivamente inclusivas, é fundamental que as empresas coloquem o conceito em prática. Mais do que cumprir a cota prevista em lei, é preciso mostrar por meio de processos, políticas e ações bem-definidas o real compromisso de empregabilidade da empresa.

Confira algumas dicas para incluir PCDs no mercado de trabalho e fazer com que se sintam vistos e pertencentes à cultura da empresa.

Mapear a diversidade na empresa

O primeiro passo é entender a realidade da empresa no contexto da diversidade e inclusão. Independentemente do que exige a lei, é essencial visualizar a composição da força de trabalho e identificar quantos colaboradores pertencem aos grupos sub-representados, entre eles, as PCDs. 

Para desenvolver e implementar políticas inclusivas é preciso, antes, compreender o quadro geral de funcionários. O diagnóstico completo ajuda a definir novas contratações, necessidades de mudanças, criação e ratificação de políticas e normas, além de redefinições comportamentais e estruturais.

Ter um processo de recrutamento inclusivo

Mesmo que a empresa esteja em consonância com a lei em relação ao preenchimento de cotas para incluir profissionais PCDs no mercado de trabalho, é preciso garantir que os processos de recrutamento e seleção sejam inclusivos e humanizados. Uma forma de promover a equidade para todos os candidatos diante de uma oportunidade de trabalho. 

A postura inclusiva da empresa, representada por seu RH, transmite confiabilidade para os talentos que desejam fazer parte da equipe, sejam elas pessoas com deficiência ou não.

Treinar líderes e colaboradores para receber os profissionais PCD

O treinamento voltado para a diversidade e inclusão promove esclarecimento e conscientização individual e coletiva. É primordial que as lideranças, naturalmente formadoras de opinião e exemplo seguido pelos demais colaboradores, sejam treinadas para uma gestão inclusiva.

Abordar o tema, desde o conceito até a importância de respeitar e conviver com as diferenças não só educa, como minimiza o risco de possíveis conflitos.

Garantir paridade salarial e plano de carreira

Em muitos casos, a falta de incentivo e de perspectiva faz com que talentos com algum tipo de deficiência, quando empregados, não queiram ficar na empresa. Desenhar um plano de carreira sólido que abarque toda a força de trabalho é uma iniciativa que certamente contribui para a redução dos índices de turnover das PCDs no mercado de trabalho.  

Sendo assim, tanto as oportunidades de remuneração quanto o crescimento na carreira devem ser igualitários, ou seja, o mesmo tratamento a todos aqueles que estão aptos a um cargo, função e salário, tendendo a aumentar as taxas de retenção.

Investir em infraestrutura adequada

Com os novos modelos de trabalho, divididos em presencial, híbrido ou remoto, é muito importante pensar na adequação estrutural para receber as pessoas com deficiência e oferecer um ambiente adequado às necessidades de cada um. Da acessibilidade ao bem-estar, é preciso remover obstáculos e disponibilizar ferramentas apropriadas para o trabalho.

Sejam móveis apropriados, teclados em braile ou adaptados para baixa visão, instalação de piso tátil ou investimento em ferramentas com recurso de acessibilidade, há muitas possibilidades para receber adequadamente profissionais PCD no mercado de trabalho.

Viabilizar a educação corporativa

O aperfeiçoamento contínuo dos profissionais coloca a empresa em um patamar diferenciado no mercado. Quanto mais capacitada e atualizada for a força de trabalho, maior o nível de competitividade do negócio. 

Promover a educação corporativa por meio dos programas de treinamento, capacitação e workshops abrangendo as pessoas com deficiência é uma forma de fortalecer os pilares da diversidade e inclusão na cultura organizacional da empresa. 

As pessoas são o bem mais valioso de organizações que enxergam em seu capital humano o caminho para o sucesso. Logo, a diversidade e inclusão potencializam aquele match perfeito entre os profissionais talentosos e a empresa que valoriza sua força de trabalho. 

Para colocar essas dicas em prática, é altamente recomendado contar com especialistas no assunto e, assim, garantir a eficácia, segurança e bem-estar dos envolvidos no processo. 

Com a orientação e direcionamento adequados, a empresa tem mais chances de acertar em seu propósito de inclusão e se tornar referência de inserção de PCDs no mercado de trabalho.

Se você gostou deste post e deseja aprimorar a cultura organizacional dentro do conceito de D&I, veja diferentes formas de tornar sua empresa mais diversa e inclusiva!

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